São vários os fatores que determinam se uma lavoura de soja vai apresentar alta
produtividade de grãos ou não. Na maioria dos casos, os fatores climáticos são os mais
determinantes, especialmente a distribuição de chuvas, sem diminuir a importância de
outros fatores, como a capacidade produtiva do solo, por exemplo. Mas, mesmo quando
a ocorrência desses fatores se apresenta de forma satisfatória a boa, pode-se não
alcançar bons resultados em termos de rendimentos e altura das plantas em soja, se a
instalação da lavoura não permitir que as plantas sejam beneficiadas por esses fatores.
Isso pode acontecer em função da época de semeadura, da cultivar, da densidade de
plantas e sua uniformidade e em função da combinação desses fatores com problemas
fitossanitários da cultura, especialmente a interação de época de semeadura e
ocorrência de pragas e doenças. Considerações sobre esses aspectos da cultura da
soja é o tema central desta Circular Técnica.
FACTRORES CLIMATICOS:
Entre os principais fatores do clima que determinam a melhor época de semeadura da
soja está a umidade e a temperatura do solo por ocasião da implantação da cultura e,
especialmente, durante a fase reprodutiva. Para que isso ocorra plenamente, deve
haver adequada condição de umidade e aeração do solo e a semeadura deve propiciar o
melhor contato possÃvel entre solo e semente. Semeadura em solo com insuficiência
hÃdrica, ou “no pó”, prejudica o processo de germinação, podendo torná-lo mais lento,
expondo as sementes às pragas e aos microrganismos do solo, reduzindo a chance de
obtenção da população de plantas desejada, em número e uniformidade. Embora não
recomendado, em caso de se ter que semear nessa condição é imprescindÃvel o
tratamento de sementes com fungicidas, para prolongar por alguns dias a capacidade
de germinação das mesmas, até a próxima chuva (TECNOLOGIAS, 2006).
Durante o ciclo da soja, as condições de umidade do solo, aliadas à capacidade do solo
em fornecer nutrientes, são as principais responsáveis pelo pleno crescimento das
plantas e produção de grãos. Como os nutrientes são disponibilizados às plantas
através da solução do solo, quando ocorre deficiência hÃdrica, as plantas sofrem
carência de água e de nutrientes. Na ausência de outras limitações, as condições
favoráveis de umidade no solo durante o perÃodo vegetativo (emergência-floração)
favorecem o crescimento, resultando em plantas com altura compatÃvel com a colheita
mecanizada. O desejável é que as plantas alcancem uma altura acima de 60 cm, por
ocasião da maturação, o que contribui para reduzir as perdas de grãos na operação de
colheita. Por sua vez, condições favoráveis durante o perÃodo reprodutivo garantem
altos rendimentos de grãos. Por isso, esse perÃodo é o mais crÃtico com relação Ã
exigência de água pela soja para garantia de alto rendimento de grãos e a ocorrência de
chuvas nesse perÃodo, o fator mais determinante na definição de áreas aptas para o
cultivo da soja (Assad et al., 2001; Farias et al., 2001).
Para garantir, além da germinação e emergência, uma alta taxa de crescimento das
plantas desde os primeiros estádios de desenvolvimento, o solo, por ocasião da
semeadura, deve estar com boa umidade em todo o perfil.
Instalação da lavoura de soja:
Pois, se a semeadura for realizada com o solo úmido
apenas superficialmente, resultante de pouca chuva após
um inverno seco, condição comum nas regiões Centro no Oeste,
Sudeste e parte da Região Sul, pode haver
condições de germinação das sementes e emergência
das plantas, mas, se não chover satisfatoriamente em
seguida, a taxa de crescimento das plantas pode ser
muito reduzida, resultando em plantas de porte menor
que o desejável.
A temperatura média do solo, adequada para a
semeadura da soja, vai de 20 ºC a 30 ºC, sendo 25 ºC a
temperatura ideal para uma emergência rápida e
uniforme. Semeadura em solo com temperatura média
inferior a 20 ºC pode resultar em redução nos Ãndices de
germinação e de emergência, além de tornar mais lento
esse processo. Isso pode ocorrer em semeaduras
anterior es à época indicada em cada região ,
especialmente nas regiões de clima temperado.
A soja é uma das espécies mais sensÃveis ao fotoperÃodo,
sendo considerada planta de dias curtos. A sensibilidade
ao fotoperÃodo é variável entre as cultivares, assim, a
adaptabilidade de cada cultivar varia à medida que se
desloca em direção ao norte ou ao sul (Hartwig, 1973),
sendo , também, importante na definição do
comportamento das cultivares em relação à época de
semeadura. Quanto mais ao sul, portanto sob condições
de maiores latitudes, os fatores temperatura, fotoperÃodo
e umidade são os determinantes da melhor época de
semeadura para soja, porque variam mais no tempo. À
medida que se caminha para o norte e se aproxima do
equador, vai diminuindo a variação na temperatura e no
fotoperÃodo entre as estações do ano, assim a época de
semeadura da soja passa a ser menos dependente
desses dois fatores e definida mais em função da
distribuição das chuvas.
Época de semeadura:
De modo geral, semeaduras em épocas anteriores ou
posteriores ao perÃodo mais indicado para uma dada
região podem afetar o porte, o ciclo e o rendimento das
plantas e aumentar as perdas na colheita. Isto porque a
época de semeadura determina a exposição das plantas
às variações na distribuição dos fatores climáticos
limitantes ao crescimento e ao rendimento de grãos,
contribuindo fortemente para a definição do resultado em
termos de altura de planta e de produção. Ou seja, a
melhor época de semeadura para soja é a que permite,
na maioria dos anos, que a implantação da lavoura, o
crescimento e a reprodução das plantas ocorram sob as
condições favoráveis de um idade e temperatura,
conforme exigido por esta espécie. Nesse sentido, na
maioria das regiões produtoras, o melhor perÃodo de
semeadura da soja é aquele que se inicia assim que as
chuvas da primavera repuserem a umidade do solo e a
temperatura permitir uma germinação e emergência das
plântulas entre 5 e 7 dias e que haja, na maioria dos anos,
umidade para as plantas crescerem e produzirem em
nÃveis que tornem a atividade viável economicamente.
Na maioria dos anos, e para a quase totalidade das
regiões produtoras, o volume de chuvas é crescente a
partir do inÃcio da primavera e começa a diminuir a partir
de março, com algumas oscilações entre os anos na sua
distribuição durante esse perÃodo (Figura 2), o que causa
as maiores variações nos rendimentos entre anos e entre
épocas de semeadura.
De modo geral, deficiência hÃdrica no perÃodo vegetativo
reduz o porte e no perÃodo reprodutivo reduz a produção
de grãos. Em condições de deficiência hÃdrica durante o
perÃodo vegetativo e nas primeiras semanas do perÃodo
reprodutivo, dependendo da cultivar e da época, a
lavoura pode não apresentar, na maturação, altura de
plantas desejável para uma colheita mecânica com
baixo nÃvel de perdas. A limitação na altura da planta por
efeito da falta de água pode ser mais acentuada em
semeaduras realizadas mais cedo ou mais tarde, em
relação à melhor época, e agravada em condições em
que haja alguma limitação de fertilidade do solo. Na
maioria das regiões produtoras brasileiras, em anos de
ocorrência de seca, especialmente de meados de
janeiro a março, a produtividades da soja cai, o que tem
acontecido com mais frequência na Região Sul. Na
atualidade, com a disponibilidade de maior riqueza de
informações sobre previsões climáticas, os técnicos e
produtores devem programar a escolha de cultivares e
datas de semeadura com base, também, nessas
informações, para evitar maiores perdas.
Um exemplo recente de redução de rendimento por
efeito de deficiência variável de umidade, em função da
época de semeadura e do ano. O grau de
determinação do tipo de crescimento é variável entre as
cultivares desse último grupo, havendo algumas que,
após iniciar o florescimento, ainda emitem três pares de
folhas na haste principal e aumentam significativamente
a altura durante esse perÃodo.
O espaçamento ideal para o plantio de soja é de 40 a 50 cm entre linhas e 5 a 16 cm entre plantas na linha. A profundidade de semeadura deve ser de 3 a 5 cm para que os grãos germinem bem.
O espaçamento entre as plantas e entre as linhas é importante para evitar a competição por recursos e para controlar pragas. Além disso, a distância escolhida deve ser seguida de forma contÃnua, para que as plantas não fiquem de tamanhos e produções diferentes.
A redução do espaçamento entre as linhas pode resultar em maior produtividade de grãos. No entanto, o espaçamento entre as fileiras de soja pode afetar vários fatores, como: A velocidade de fechamento das entrelinhas, A produção de fitomassa, A ramificação das plantas, A severidade de doenças, O acamamento.
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